Um problema com a remessa da cópia de Lola, de Brilhante Mendoza, provocou o adiamento de sua estréia há 15 dias. É um dos 10 melhores filmes do ano e a principal estréia da semana cinematográfica que começa nesta sexta, 25, que terá ainda a animação Happy Feet 2, o Pinguim 3D, o drama Não Sei Como Ela Consegue e a comédia Assalto em Dose Dupla, além do documentário Evoé, Retrato de um Antropófago. Saem de cartaz o suspense A Casa dos Sonhos, a ficção científica Contágio, o terror Atividade Paranormal 3, a aventura Os 3 Mosqueteiros e o drama familiar nacional Meu País
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Lola, na língua filipina, que dizer avós. Brilhante Mendoza, um dos mais celebrados nomes do circuito internacional dos festivais, realizou um filme simplesmente assim, brilhante. Ao estilo despojado que recorre ao neo realismo italiano e usando da sensibilidade, ele conta a história de duas avós, senhoras idosas, na casa dos 70 anos, que a princípio não se conhecem e tentam desesperadamente, em meio a miséria que lhes é dolorosamente imposta, dar dignidade aos seus netos. É que um neto matou o outro. Assim, enquanto uma busca recursos para conceder um funeral digno ao seu neto, a outra lola se empenha em tirar o seu neto da cadeia. Nesse enredo simples, Brilhante Mendoza faz uma visão crítica de seu país, as Filipinas, e a grave condição social de seu povo. Não apenas uma obra-prima, mas um filme imperdível.
Veja o trailer de Lola.
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Brilhante Mendoza começou a fazer em 2005, com O Massagista (2005). Tinha mais de 40 anos. Recebido com aplausos em diversos festivais, Mendoza teve o mercado aberto para seus trabalhos pequenos e simples. Em 2009, com Kinatay, sua terceira criação, conquistou a Palma de Ouro em Cannes com o melhor diretor. Detém, ainda, premiações por outras obras de sua filmografia. É, hoje, um dos mais celebrados cineastas pela crítica internacional.
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Lola é o primeiro filme adquirido pela nova distribuidora Lume Filmes, fundada em 2000 pelo empresário, cineclubista e exibidor Frederico Machado para trazer os filmes de arte que ao Brasil não chegam, para o mercado de vídeo. A partir deste ano, ele passou a comprar também os direitos para o cinema. Depois de Lola virão Submarino, de Thomas Vinterberg, e Triângulo Amoroso (Alemanha), de Tom Tykwer. 110 minutos. Livre.
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O primeiro Happy Feet, o Pinguim foi um grande sucesso de público e a crítica gostou. E agora a tão aguardada sequência está chegando em 3D. Aliás, qualquer filme agora é transportado para o 3D, que está vulgarizado pelos próprios estúdios. Nesta continuação, Mano, o pingüim mestre do sapateado, está casado e com um filho, Erik, que tem fobia a coreografias, reluta em dançar e foge pelo ártico. Ao encontrar um pingüim que pode voar, e, ganha um amigo e, para completar, descobre que o seu reino está em perigo, ameaçado por poderosas forças externas.
Confira o treiler de Happy Feeet 2, o Pinguim 3D.
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No Brasil, a animação dirigida por George Miller será exibido apenas em cópias dubladas, com as vozes de Daniel de Oliveira (Mano), Sidney Magal (Amoroso), Yugo Machado (Erik) e Nizo Neto, filho de Chico Anysio, dá voz a Bill. Harppy Feet 2, o Pinguim 3D, estreou na última sexta nos circuitos dos EUA e obteve uma performance 50% inferior, em termos de público, ao primeiro filme, lançado em 2006. Mas, promete diversão e rir hoje em dia pode valer o preço de um ingresso. 103 minutos. Livre.
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Não Sei Como Ela Consegue tem a cara, o jeito e o enredo de um episódio de Sex and City. E, para ficar mais claro, tem Sarah Jessica Parker, a Carrie da série, no papel principal. Caso você conheça a série, pode interpretar Kate, a personagem que ela interpreta em Não Sei Como Ela Consegue, como a Carrie pós Sex and the City. E esse é o problema do filme: Sarah Jessica Parker. Por mais que não queira, ela remete o filme a Sex and the City, que foi uma das melhores séries da televisão estadunidense.
Confira o treiler de Não sei como ela Consegue.
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Há outras “coincidências”: o filme baseia-se no romance homônimo escrito por Allison Pearson, que além de ser a co-produtora executiva, é roteirista de diversas séries de televisão. Aline Brosh McKenna, a roteirista (autora de As Leis da Atração, O Diabo Veste Prada, Vestida Para Casar, Uma Manhã Gloriosa), é a outra co-produtora do filme. Ou seja, uma produção de mulheres. O diretor Douglas McGrath, escreveu os enredos de O Renascer de uma Mulher (1993), dirigido por Luis Mandoki, com Melanie Griffith, e Emma (96), com o qual estreou na direção, tendo feito em seguida O Herói da Família (2002) e Confidencial (2006). Portanto, produtores, roteiristas e diretor são pessoas familiarizadas com a temática feminina na televisão e no cinema. Eu gostei do filme, que me pareceu sincero na abordagem da vida de uma mulher que não abre mão de seu trabalho – o qual, na verdade é a sua independência – e tenta conciliá-lo com a família – que é o seu mundo e porto seguro. Só que ela, uma excepcional e competente profissional em sua área, exaurida pelas exigências do competitivo mundo empresarial, vê seu lar em perigo. E resolve tomar uma atitude. Uma coisa legal no filme é que os homens não são descritos como vilões e canalhas, mas figuras conscientes do exercício da ética, tanto no trabalho quanto no lar. Os personagens vividos por Richard (Gregg Kinnear), o marido, quanto Jack Abelhammer (Pierce Brosnam ótimo), o novo chefe dela, postam-se com dignidade e honra, cada um com suas fraquezas e grandezas. Recomendo, observando que o filme gira em torno das mulheres. Os homens, como eu definji como figuras, são personagens secundários. Daí estar muito inserido em Sex and the City, a série, a qual, querendo ou querendo, se tornou a referência quanto a abordagem da condição da mulher na sociedade moderna – que muitos chamam de pós-moderna. 89 minutos. 10 anos.
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Assalto em Dose Dupla (Fly Paper, 2011). Não gostei nem um pouco dessa comédia de assalto com ingredientes românticos. Entendo que o filme era para ser engraçado e cômico conforme se percebe estar no roteiro, mas não se concretiza na tela, não foi transportado e simplesmente… não funciona. A história estabelece uma série de reviravoltas e mistérios como um thriller detetivesco moldado como um quebra-cabeça. Quando você pensa que terminou, sempre tem mais uma revelação, uma nova sequência de acontecimentios. Por fim, quando chega finalmente a última “surpresa”, a revelação final dos personagens de Dempsey e Ashley, não mais importa de tão chochinho. O diretor Rob Minkoff não consegue por na tela o humor proposto pelo roteiro.
Confira o trailer de Assalto em Dose Dupla.
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O enredo pretendia misturar comédia, romance, suspense e os ingredientes dos filmes policiais, pautado por piadas, mistérios e revelações. Patrick Dempsey, o doutor Derek Shepherd de Grey’s Anatomy, interpreta Tripp Kennedy, um sujeito que entra em um banco poucos minutos antes dele ser assaltado, simultaneamente, por duas quadrilhas. É o primeiro ingrediente inusitado do filme, que se desenvolve todo em cima do conflito das duas quadrilhas e os personagens de Dempsey e Ashley Judd, a caixa do banco, no meio. Pode ser que você encontre humor e algo interessante nesta comédia – e, por favor, se conseguir, poste-o em um comentário. 90 minutos. 14 anos.
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Evoé – retrato de um antropófago, de Tadeu Jungle e Elaine Cesar, é um documentário que devassa a vida, a obra e o pensamento de um grande brasileiro: o paulistano José Celso Martinez Correa, 74, o homem do teatro oficina e figura heróica à época da ditadura militar e que continua no bloco da resistência. O filme se estabelece em 4 pontos que marcam a vida de Zé Celso: o sertão da Bahia, praia de Cururipe, Alagoas, Grécia (Epidaurus e Atenas) e o apartamento em São Paulo. Ainda não vi este trabalho de Tadeu e Elaine, que será exibido diariamente, às 18h, no Espaço Unibanco Dragão do mar, com entrada franca. Apenas para lembrar que, há 26 anos, Zé, que é o proprietário do Teatro Oficina, batalha na justiça paulista contra o grupo Sílvio Santos, dono do terreno, que ali pretende construir um shopping cultural, preservando o teatro histórico. Mesmo aprovado pela classe artística, Zé é contra o projeto, o que marca outra polêmica em sua vida. 104 minutos. 18 anos.
Conheça o trailer de Evoé – Retrato de um Antropófago.
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O post As estréias desta sexta – LOLA, finalmente estréia apareceu primeiro em Blog de Cinema.