A rotatividade nos circuitos continua efervescente. Enquanto a comédia Qual o seu Número?, o thriller de ação Sem Saída, e os dramas O Filme dos espíritos e Melancolia saem de cartaz, outros 3 tomam os seus lugares: o premiado drama Lola, de Brilhante Mendoza, o thriller de terror 11.11.11, de Darren Lynn Bousman, e Reidy – a Construção de uma Utopia, documentário de Ana Maria Magalhães. O grande destaque entre as estréias é Lola, um drama lírico e comovente recheado de prêmios e celebrado pela crítica internacional
Image may be NSFW.
Clik here to view.
Desde 2005 ouvimos falar de um cineasta filipino chamado Brilhante Mendoza. Nesses 6 anos, se intensificaram os elogios. O homem é um monstro: já conquistou a Palma de Ouro em Cannes e o Urso de Ouro em Berlim, além de outros 29 prêmios em festivais internacionais. Lola é o seu é seu 9º filme e o primeiro a chegar comercialmente ao Brasil, graças a Lume Filmes, distribuidora sediada no Maranhão. Rodado com uma simplicidade majestosa, ao estilo do cinema verdade e do neo-realismo italiano, envolve e cativa o espectador a partir das primeiras imagens. Singeleza é o nome que podemos dar ao filme, certamente um dos 10 melhores do ano.
Veja o treiler de Lola.
Clique aqui para assistir o vídeo inserido.
O filme, que se passa numa área pobre de Manila, conta a história de duas Lolas. Lola significa, na língua filipina, avós. O neto de Lola Sepa foi assassinado por um ladrão apenas por um celular. O neto de Lola Puring é o acusado do crime. A peregrinação de ambas começa. A primeira não tem dinheiro para comprar o caixão e nem para abrir processo contra o assassino. Mas ela está disposta a não deixar o neto ser enterrado como indigente e dar-lhe um funeral digno, mesmo que tenha de recorrer a um empréstimo. A outra Lola inicia a sua jornada para tirar o neto da cadeia, pois acredita na inocência dele. Seu coração sangra toda vez em que o visita e o vê definhando entre a angústia e as lágrimas. O filme é sobre a coragem e o amor que duas mulheres, já idosas e pobres, devotam aos seus netos. É um filme que faço questão de recomendar: não deixe de vê-lo.
Image may be NSFW.
Clik here to view.
Com 2012 chegando e aumentando as expectativas de que será um ano de grandes mudanças na humanidade, segundo profetas e profecias, como a do povo Maia, Hollywood começa a liberar os filmes que exploram o tema. 11.11.11, dirigido por Darren Lynn Bousman, tem estréia mundial nesta sexta, 11, celebrando a data.
Veja o treiler de 11.11.11.
Clique aqui para assistir o vídeo inserido.
O enredo acompanha um famoso escritor estadunidense, Joseph Crone (Timothy Gibbs), que chega a Barcelona abalado com a morte da mulher e de seu filho. Ele visita o pai (Denis Rafter), que está morrendo, e quer se reunir com o irmão, Samuel (Michael Landes), mas passa a ser atormentado com as estranhas e inexplicáveis aparições do número 11. Inicialmente, toma isso como curiosidade, mas logo o tormento ganha a dimensão de uma obsessão, pois ele pretende entender o significado do mistério. O enredo, obviamente, a partir da data fechada, 11.11.11, ou seja, 2011, com os significados de uma sociedade secreta chamada Illuminati. Ou pelo menos dá a entender. Alguns críticos estadunidenses que viram o filme em cabines não o aprovaram. Mas, resta esperar e conferir.
Image may be NSFW.
Clik here to view.
Reidy – a Construção de uma Utopia é o segundo trabalho da ex-atriz Ana Magalhães. Vale informar um pouquinho quem é Ana Maria Magalhães. Ela foi uma das graças do cinema brasileiro com sua beleza simples e cativamnte, a qual estampou em filmes da qualidade de Como era Gostoso o meu Francês, de Nelson Pereira dos Santos, e Mãos Vazias (ambos de 1971), de Walter Hugo Khoury, Quando o Carnaval Chegar (72), e Joanna, a Francesa (73), de Carlos Dieques, Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, de Hector Babenco, Os 7 Gatinhos, de Neville Duarte D’Almeida, ambos de 1977, A Idade da Terra (80), de Gláuber Rocha.
Confira um vídeo homenagem a Ana Maria Magalhães.
Clique aqui para assistir o vídeo inserido.
Pelos filmes e suas feras autorais, você tem uma idéia do talento de Ana, que foi casada com os cineastas Nelson e com Gustavo Dahl, o diretor de Uirá, um Índio em Busca de Deus (73), pelo qual ela ganhou o Kikito de melhor atriz. Pois bem, no começo dos anos 80 ela fez ainda uns filmes e deixou a atuação para trabalhar atrás das câmeras como roteirista, assistente de montagem, continuísta e produtora para, em seguida chegar à direção nos curtas e médias Assaltaram a Gramática, O Mergulhador, Spray Jet, O Bebê, o carnavalesco Mangueira do Amanhã, Mulheres do Cinema e o vídeo Já que Ninguém me Tira Para Dançar, uma homenagem a atriz Leila Diniz que se tornou a primeira produção independente brasileira a ser exibida na televisão.
Veja o treiler de Reidy – a Construção de uma Utopia.
Clique aqui para assistir o vídeo inserido.
Em 2002 estreou no longa com Lara, sobre a atriz Odete Lara, e agora, finalmente consegue concluir o documentário Reidy – a Construção de uma Utopia, iniciado em 2008, sobre a obra do arquiteto e urbanista Affonso Eduardo Reidy, seu tio, idealizador do MAM e o aterro do Flamengo, marcos da cidade do Rio e, para mim também, pois foi no MAM que vivi momentos extraordinários estudando na Cinemateca na busca pelo conhecimento do Cinema. Rodado em digital, o trabalho de Ana traz entrevistas com outros grandes nomes da arquitetura e do urbanismo, como Lúcio Costa, Paulo Mendes da Rocha, Carmen Portinho e Roland castro.
Image may be NSFW.
Clik here to view.
Já comentado aqui, o drama argentino Medianeiras – Buenos Aires na Era do Amor Digital, de Gustavo Taretto, sobre duas pessoas que moram em lados opostos a uma rua e que iniciam um romance pela internet, continua em pré-estréia.
O post As estréias desta sexta – LOLA, de Brilhante Mendoza, o destaque apareceu primeiro em Blog de Cinema.